O número de crianças nascendo está em queda no Paraná. Em cinco anos, o número de registros de nascimento caiu 10% no estado. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de um levantamento de dados feito entre 2018 e 2022.

E a realidade do Paraná acompanha a situação do restante do país, visto que todas as regiões pesquisadas apresentaram estatísticas semelhantes.

Em 2022, os cartórios registraram 142.488 mil crianças no Paraná. O dado representa 1.200 registros a menos que em 2021. É o maior percentual de queda desde 2003, quando começou a séria histórica.

A mestre em políticas sociais Rely Ribeiro acredita que isso se dá pela mulher estar priorizando um lugar na sociedade. “E isso não acontece mais como antes, que era dado pelo casamento e pela maternidade. Hoje a mulher prioriza se colocar no mercado de trabalho, se preparar, estudar. Então a maternidade não só tem se reduzido, quanto tem sido cada vez mais tardia”, analisa Rely.

Sistema previdenciário

E a “falta” de crianças na sociedade pode trazer consequências para o sistema penitenciário. Quem explica é o professor de direito previdenciário Marcos Serau.

“Temos uma previdência social estruturada a partir da ideia de um pacto entre as gerações. Então a queda de natalidade pode afetar diretamente a previdência. Pode levar a novas pressões por futuras reformas previdenciárias, aumentar a idade mínima de aposentadoria e até mesmo reduzir o valor do benefício”, explicou o professor.